quarta-feira, 16 de maio de 2012

Anorexia e a Mídia


A incessante busca pela perfeição, pelo prazer, pela necessidade de ser magra, a qualquer custo, pode ser um sinal de anorexia. Mesmo magras, as meninas que sofrem de anorexia se sentem gordas e não comem. A Ana, como chamada pelos íntimos, afeta todo o corpo. Cabelo, cérebro, coração, articulações, sangue, músculos, rins, intestino, pele e hormônios. A doença atinge 20% dos adolescentes em todo o mundo.

A maioria dos anoréxicos pertencem às classes medias e altas do Hemisfério Ocidental. Dentre os pacientes que buscam o tratamento da anorexia, 50% se recuperam completamente, 30% têm cura parcial e os outros 20% não respondem ao tratamento. As pressões culturais e sociais criam um clima emocional que predispõe as mulheres ao desenvolvimento de transtornos alimentares. De 5% à 21% das pessoas acometidas por esta doença morrem.

A anorexia teve um aumento nas ultimas décadas principalmente na década de 80 em função de modelos sócio/culturais, os padrões de beleza foram mudando no século XIX e no século XX principalmente, isso fez com que algumas pessoas buscassem um ideal de beleza muito magro isso fez com que elas se engajassem na busca desenfreada por essa magreza e acabou aumentando muito a frequência desses casos de anorexia.

A indústria da beleza criou estereótipos conforme sua ganância por lucros cada vez maiores, as mulheres deixam de lado a autenticidade e a tão alcançável felicidade, para seguir os ditames impostos pelo capitalismo da beleza. O padrão de beleza mudou muito nos últimos tempos, as tendências se modificam com extrema velocidade, atualmente, a beleza está relacionada a padrões de magreza impostos pela indústria da moda, a fim de atender as necessidades do fashion business por valorizar a roupa e então, vender mais.

Como conseqüência desse novo padrão de beleza, uma ânsia pela busca do corpo perfeito tem levado muitas mulheres a tomar atitudes de autodestruição. O que se vê são mulheres insatisfeitas com sua imagem e atrativos físicos, devido à divulgação da mídia, as modelos são vistas como um padrão de beleza a ser seguido, no entanto, esses padrões de beleza mexem com o psicológico das pessoas, as mulheres passam a não valorizar pensamentos e atitudes, pois existe uma influência acirrada que impõem padrões fazendo-as acreditar que só serão aceitas pela sociedade se aproximando destes. Isto é resultado de uma mídia capitalista que bombardeia tantas informações que a mulher chega a esquecer sua individualidade e a natureza de sua beleza. 

Nos dias de hoje milhões de jovens seguem uma escala de valores quase impossível de ser compreendida, dão valores ao consumo, às belezas que não custam nada, apegam-se por acessórios descartáveis miram-se nos exemplos da televisão, do cinema, da internet, da mídia em geral, e se esquecem da beleza da individualidade, da beleza das diferenças. Esses jovens sentem uma necessidade de preencher um dito vazio, que o encobrem com essa busca pela perfeição, sem saber o verdadeiro motivo que envolve esse busca, o perigo surge quando a insatisfação não está apenas no aspecto físico e sim também, psicológico, emocional e social, e nesse aspecto se tem a necessidade de mostrar aos jovens influenciados com esse padrão que sentir-se bem fisicamente não acabara com todos os problemas.

Emoções e pensamentos confusos por questões existenciais, frustrações, desejos não correspondidos, essas são sensações que necessitam de tratamento, precisam ser superadas emocionalmente e não fisicamente. Quando a procura por uma aparência perfeita é desmedida deixa de ser saudável para sinalizar um conflito interno grave, pois a beleza também esta ligada a auto aceitação.